quinta-feira, 23 de junho de 2011

A informática pensa por nós e ficamos com os neurônios atrofiados. As câmeras de vídeo vigiam por nós e nos vigiam, nos privando de nossa liberdade privativa. Autofalantes e microfones são agora nossas bocas e ouvidos, numa Era em que ninguém parece ter nada a dizer. Nossas amizades deixaram de ser qualificadas para serem quantificadas em redes sociais cada vez mais invasivas, com seus interesses mercadológicos. Os livros são lidos cada vez menos e a desculpa para a falta de leitura é a rapidez com que as informações circulam na internet (ninguém se aprofunda em nada e quer ser especialista em tudo). Nessa nova Era, o amor ficou banalizando (tanto em significado léxico quanto em sentimento). Atualmente, “eu te amo” é dito para qualquer um que se acaba de conhecer numa rede social e se deixa de amar com a mesma rapidez de um “block”. Antigamente, quando algum assunto polêmico surgia, era comum que as pessoas perdessem muito tempo discutindo de forma acalorada, às vezes terminando no tapa. Agora é mais fácil pesquisar a resposta no Google (o nosso oráculo de Delfos da atualidade). Ninguém mais precisa discutir e os debates fervorosos viraram lembrança. E por aí vai.

No fim das contas, o meu maior medo não é o que acontecerá comigo, mas com meus filhos e netos, que poderão passar a viver num mundo ainda mais sem sentido do que este em que sobrevivo agora…

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